Introdução


A VOZ DO SERTÃO é um derivado da palavra profética que encontramos em Isaías 40:3 “Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor”. A voz no deserto é profética, porque ela é a voz do profeta Isaías, que está falando. E não somente a voz de Isaías, mas também a voz do profeta João Batista. João Batista se identificou como essa voz: Ele respondeu (João 1, 23): “Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor”.
O que caracteriza a voz profética? Em primeiro lugar, a voz do profeta é independente. O verdadeiro profeta não é como os falsos profetas, que falam o que o povo e os seus governadores querem ouvir. Temos um bom exemplo disso em 1 Reis 22. Os reis Josafá e Acabe querem atacar Ramote-Gileade, que está nas mãos do rei da Síria. Porém, antes de subir, eles querem consultar a palavra do Senhor. Então,Acabe chamou os 400 profetas dele, que eram falsos, e todos eles profetizaram a uma voz, dizendo coisas boas: a campanha seria um sucesso! Mas existe mais um profeta, que não é o favorito do rei Acabe. Acabe disse (1 Reis 22,8): Há um ainda, pelo qual se pode consultar o Senhor, porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas somente o que é mau”.
Ele manda chamar Micaías, e o mensageiro o informa logo sobre a situação: “Eis que as palavras dos profetas a uma voz predizem coisas boas para o rei; seja, pois, a tua palavra como a palavra de um deles e fala o que é bom!”. Micaías entendeu o que ele quis dizer e assim ele profetizou: “Sobe e triunfarás, porque o Senhor a entregará nas mãos do rei.” Não sei se teve uma ironia na voz de Micaías, mas Acabe logo notou que alguma coisa estava errada e ele disse: “Quantas vezes te conjurarei, que não me fales, senão a verdade em nome do Senhor?” E logo depois disso o profeta falou a verdade que não era boa para o rei.
Os falsos profetas comem da mesa do rei e são mantidos pelo rei, e por causa disso eles têm a tendência de falar o que o rei quer ouvir, para não perder o sustento deles. Se chamam esses profetas de “os profetas de pão”. Eles comem o pão que vem da mesa do rei. Existe uma expressão que diz: “Aquele que come o pão do patrão, fala a palavra dele”. Isso caracteriza os falsos profetas: eles falam o que o rei quer ouvir, porque são dependentes da alimentação real. O verdadeiro profeta não é assim. Temos um grande exemplo que demonstra isso: o supremo profeta Jesus Cristo!
Em Mateus 22, 15-22 lemos sobre a questão do tributo. Um assunto sensível em Israel. Uma questão política. Os Fariseus e os Herodianos enviaram os seus discípulos para Jesus para colocar ele numa situação complicada. E quando eles falaram com Jesus eles disseram: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de Deus, de acordo com a verdade, sem te importares com quem quer que seja, porque não olhas a aparência dos homens”. O verdadeiro profeta é assim. Ele ensina o caminho de Deus de acordo com a verdade; de acordo com a palavra de Deus, a lei do Senhor. Ele não é como os políticos, que adaptam a verdade de acordo com o desejo do público. O elogio que Jesus recebeu é o melhor testemunho, que caracteriza o verdadeiro homem de Deus!!

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