Jesus Cristo, o Sal da Terra
“Vós sois o sal da terra” disse Jesus aos seus discípulos. O
sal serve para preservar certas coisas como carne e peixe. O sal da terra serve
para preservar as coisas da terra. O próprio Jesus nos deu um exemplo de como devemos
fazer isso. Podemos ler sobre isso em Mateus 19: a questão do divórcio. A
questão do divórcio era uma questão delicada desde o momento em que existe o
casamento. Deus honrou o casamento em sua lei e o protegeu pelo sétimo
mandamento: “não adulterarás”. O casamento faz parte da felicidade do paraíso,
mas depois da queda ele podia se transformar num inferno, quando o amor se
esfriou e o casal não sabe perdoar os pecados. O casamento podia se tornar um
problema e o divórcio poderia ser uma solução.
Alguns Fariseus se aproximaram de Jesus e o perguntaram: “É licito ao marido repudiar a sua mulher por
qualquer motivo?”. O veneno dessa pergunta está no final: “por qualquer motivo”? Eles não pensam em
coisas sérias como adultério, mas querem saber se existe a liberdade completa
de repudiar a mulher por qualquer motivo.
A questão é: Como Jesus vai responder?
Jesus reage como o sal da terra que conserva as coisas. Ele disse: “Não
tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que
disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher,
tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma
só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem”. Jesus reage
como o sal da terra e quer preservar o instituto mais antigo dessa terra, que é
o casamento.
Lutero, em um dos seus comentários sobre o sal da terra,
disse: o sal deve queimar. O sal, quando é jogado numa ferida para a desinfectar,
queima. A resposta de Jesus queima também, porque os Fariseus reagiram logo e
disseram: “Por que mandou, então, Moisés
dar carta de divórcio e repudiar?” Parece que eles estavam esperando por
essa resposta de Jesus e querem criar um conflito entre Jesus e Moisés.
A questão de Moisés é interessante aqui, especialmente do
ponto de vista de que se Moisés se adaptou à vida pecaminosa do povo de Israel!
Já disse anteriormente, um dos perigos da vida cristã é o isolamento do mundo,
e o outro é a assimilação, a adaptação ao estilo do mundo. A questão é se
Moisés se adaptou ao coração pecaminoso do povo; e se Jesus anulou a lei de
Moisés e anulou a carta de divórcio!! Não vou responder agora, mas quero
continuar com a resposta de Jesus. O sal vai queimar mais e ele quer purificar
a ferida; por causa disso Jesus disse: “Por
causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa
mulher; entretanto não foi assim desde o princípio”. Jesus não se adapta ao
estilo do mundo, que caiu em pecado, mas ele volta ao paraíso. O que Deus fez
foi bom. O casamento foi bom e deve continuar assim. Jesus pretende conservar
uma das coisas boas da terra!!
E logo depois ele continuou e disse: “Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de
relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério e o que casar
com a repudiada comete adultério [eu sigo o texto Majoritário!]”. Baseado
nesse texto nós podemos dizer que existe um só motivo para repudiar e se
divorciar: sendo o adultério. [Existem também outros textos a respeito dessa
questão, mas quero me limitar a este
texto para mostrar como Jesus serviu como sal da terra].
Jesus é fiel à palavra profética de Malaquias 2, 16.
Malaquias profetizou contra a infidelidade conjugal e disse: Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém
seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor, Deus de Israel,
diz que odeia o repúdio”. Essa é uma expressão fortíssima, que Jesus
conhecia muito bem. Ele também odiava o repúdio, mas ele não chegou a ponto de
dizer: nunca se pode repudiar! Não, ele deu licença de fazer isso se ela (ou
ele) tivesse tido relações sexuais ilícitas. Jesus não se isolou e colocou a
situação do paraíso como norma absoluta, o que ia levá-lo a uma resposta
absoluta, que seria: não pode, nunca!! Jesus não fez isso. Ele reconhece que
vivemos numa outra situação; nós vivemos depois da queda; nós vivemos numa
terra que é infectada pelo pecado. O pecado afetou a vida dos filhos de Adão. E
também das filhas de Eva. Acontecem coisas que não combinam com um bom
casamento. Um caso de adultério quebra o casamento. A lei de Moisés era bem
rigorosa neste ponto. Quem foi pego em flagrante devia morrer. Dessa maneira o
casamento seria anulado, porque se o parceiro morre, o casamento deixa de
existir. Jesus não fala sobre o apedrejamento aqui, e em outra situação (João
8) ele também não aprovou isso, mas perdoou o pecado e exortou a mulher a não
repetí-lo mais. Porém Jesus concorda com a lei que anula o casamento se tivesse
acontecido adultério.
Jesus não se isolou na situação do paraíso, nem se assimilou
ao estilo do povo pecaminoso, que queria repudiar a mulher por qualquer motivo.
Jesus passou pela Scila e Caríbdis da vida. Jesus tem o seu próprio estilo, que
deve ser um exemplo para nós! Mas não pensem que é fácil! A reação dos
discípulos já mostra isso; eles reagiram logo, reclamando e dizendo que é
melhor não casar! E Jesus reagiu logo e disse: Nem todos são aptos a receber este conceito, mas apenas aqueles a quem
é dado”. E depois ele continua a falar sobre os eunucos, que servem como
exemplos. Vamos falar sobre isso na próxima vez!
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